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A Solenidade da Santa Mãe de Deus pode parecer uma festa Mariana, mas é uma festa profundamente cristológica, porque, na verdade, é Jesus o centro de todas as coisas, e tudo o que acontece não só na vida da Virgem Maria, mas na vida de qualquer cristão, só tem sentido por causa da vida de Cristo.
O texto bíblico nos diz que: “Maria guardava todos esses fatos meditando sobre eles em seu coração”. Na verdade, a tradução original é que Maria comparava todos esses fatos. Maria fazia, digamos, um “balanço”. Ela se confrontava diante das coisas de Deus e buscava compreendê-las da maneira que Deus as havia pensado. Ela vivia cada fato daquilo que lhe acontecia. Maria se transforma para nós como um ícone, modelo de fiel que precisa aprender a experimentar Deus e confrontar a própria vida com os fatos de Deus que estão à sua volta.
Nada do que nos acontece foge ao projeto de Deus, por isso essa festa, profundamente cristológica, faz-nos olhar para o papel de Maria, e ajuda-nos também a compreender a força que essa mulher exerceu no plano divino da Salvação.
O sim da Virgem Maria à vontade de Deus trouxe a nós o Salvador. “Ao completarem-se os oito dias para a circuncisão do Menino, deram-lhe o nome de Jesus”. Vemos, na figura frágil desse Menino, a revelação de Deus que se manifesta assim: um Deus que quer ser encontrado, que quer ser amado, que quer ser acolhido nos braços.
Existe um conto de Natal que diz que um daqueles pastores que foram até a gruta de Belém não tinha nada para oferecer ao recém-nascido. Ele foi com as mãos vazias e, ao chegar ali, enquanto a Virgem Maria e São José recolhiam os presentes e as ofertas que os demais pastores faziam, tiveram que colocar o Menino Jesus nos braços daquele pastor. Então, isso diz muito para nós também, que precisamos acolher Deus nesta Sua “fragilidade” aparente. Nós também precisamos acolher Deus, que se manifesta desta forma nos braços de cada um de nós.
Jesus, cujo nome está acima de todo nome, cujo nome dá significado a qualquer existência na face da Terra, submete-se também a receber um nome. A Palavra de Deus diz que se completaram os dias e, essa palavra “completar” é muito significativa, porque, na experiência de Deus, os dias não passam assim de qualquer forma, eles são completos, plenos. Desde que Deus se encarnou e entrou na história da humanidade, nenhum dia do ser humano é da mesma forma! Os nossos dias são plenos, cheios de Deus, repletos da graça de Deus. Depois, quando recebe Jesus esse nome, Ele também santifica todos os nomes e traz para toda a humanidade a bênção do Seu nome, a bênção da Sua identidade.
Acolhamos nesta Solenidade da Santa Mãe de Deus, a figura de Maria, a sua intercessão. E, desta forma, também acolhamos Jesus que quer também ser tomado nos braços por cada um de nós. Sobre todos vós, a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
* Padre Donizete Ferreira é vice-presidente da Comunidade Canção Nova.
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