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Professores serão substituídos pela IA? Brasileiros acreditam que não

 Indo de encontro às previsões dos Sci-Fi, brasileiros acreditam que professores, médicos e algumas outras profissões não serão substituídos pela inteligência artificial (IA) no futuro. É o que revela uma pesquisa conduzida pela Onlinecurriculo. A plataforma geradora de currículos analisou a opinião de mais de 700 participantes de várias partes do país sobre o impacto da tecnologia nas diferentes carreiras.

“Juntar os divergentes para combater os antagônicos”

Para a maioria dos entrevistados, 53%, os médicos estão imunes à inteligência artificial, assim como os professores, que seguem na dianteira, 26%, advogados, 14%, os motoristas, 11%, e os engenheiros, que contabilizaram 10% dos respondentes. Os robôs não são uma ameaça na área da educação, mas aliados que atuarão para potencializar o alcance e qualidade dela no mundo. 

De fato, a Organização das Nações Unidas (ONU) estimou que até 2030 ao menos 20,1 milhões de postos de trabalho de educadores do ensino básico ainda irão carecer de mão de obra, enquanto outros 48,6 milhões precisarão de substitutos após a aposentadoria de professores em exercício. Nesse contexto, alguns especialistas da área de educação argumentam que a IA, se bem utilizada, poderia ser uma alternativa para suprir tal demanda. 

Um levantamento da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura),  por sua vez,  calculou que pelo menos 117 milhões de estudantes ainda estariam fora da escola em 2021. Já uma investigação da instituição de caridade infantil Theirworld apontou que até o final de 2022, 260 milhões de crianças ainda não frequentavam a sala de aula no pós-pandemia.

Enquanto isso, os estudantes que estão nas escolas passam menos da metade das 50 horas de trabalho dos seus professores interagindo com eles, segundo um estudo da McKinsey & Company. No lugar dos estudantes, os docentes se ocupam com tarefas burocráticas como correção de provas, impressão de papéis, entre outros.

Ao encontro dessa realidade, em um artigo publicado em 2018, a pesquisadora do laboratório de conhecimento da University College London, Rose Luckin, sugeriu que a IA atuasse como assistentes de gerenciamentos de tarefas, criador de lições e analistas das necessidades dos alunos.

Luckin ainda indicou que as salas deveriam ser equipadas com tecnologias de reconhecimento de fala, gesto e outros sensores para analisar informações sobre os estudantes. Estes dados seriam utilizados para que os professores possam se dedicar a pensar em novas abordagens que atendam de maneira particular a cada aluno. 

As ideias da pesquisa corroboram com um recente artigo do Fórum Econômico Mundial, cujas ideias sugerem que a IA atuará como co-criadora de metodologias que atendam às diferentes necessidades locais e contextos culturais e superem preconceitos e desigualdades existentes.

Além disso, os robôs poderiam ajudar os educadores a diminuir processos burocráticos e criar ambientes de aprendizagem mais personalizados, capazes de aumentar a alfabetização digital dos alunos, estimular a inovação e criatividade, a curiosidade, o trabalho colaborativo, a adaptabilidade, dentre outras coisas. A reflexão que fica é que, com tantas possibilidades para serem exploradas, a inteligência artificial poderia ser, quem sabe, uma grande aliada dos educadores. 

Onlinecurrículo ouviu 700 pessoas de diversos segmentos produtivos, faixas etárias, classes sociais e regiões do país entre os dias 14 e 21 de junho de 2023. A margem de erro da pesquisa é de 3.7 pontos percentuais.

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