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Mesa farta nem sempre é sinônimo de alimentação rica nutricionalmente

Divulgação

A falta de acesso regular a uma alimentação adequada por grande parte da população brasileira tem sido um dos principais desafios enfrentados pela sociedade ao longo dos últimos anos. O Brasil voltou a figurar no Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU) a partir de 2015, com agravamento ainda maior após a pandemia. Mas mesa farta nem sempre é sinônimo de uma alimentação rica nutricionalmente. “Muitos alimentos consumidos aqui no Ocidente são pobres em nutrientes. Na maioria das vezes as pessoas se preocupam com os macronutrientes como as proteínas, mas, apresenta um déficit significativo de micronutrientes como zinco, selênio e magnésio”, alerta o neurologista e diretor da NeuroIntegrada Italo Almeida.

 

Quem quer ter mais saúde deve aprender a comer menos, a levantar da mesa sem estar completamente saciado. “O recomendável é comer menor quantidades e com menos misturas”, recomenda. Especialista em Medicina do Estilo de Vida, o médico Italo Almeida explica que a mistura de muitos tipos de alimentos em uma única refeição costuma causar danos ao metabolismo. De acordo com o médico, nem sempre o organismo tem capacidade de digerir toda essa variedade de alimentos ao mesmo tempo, principalmente proteínas. “Especialmente as pessoas mais idosas, que já têm déficit do ácido clorídrico, têm dificuldade de digerir proteínas diferentes juntas, como frango ou carne, queijo e ovos na mesma refeição”, alerta o especialista.

 

Por mais apetitoso que seja o prato, a digestão não acompanha o sabor. Acaba não acontecendo de forma adequada o que acarreta danos à saúde e favorece o acúmulo de toxinas no organismo. “A maioria das vezes, a gente pensa só no sabor, mas acaba pagando um preço. O ideal é ter uma alimentação saborosa, prazerosa, sem precisar misturar tanto”, defende Almeida.

 

Em resposta ao excesso – de quantidade, de alimentos processados e de misturas – o corpo reclama. E dá muitos sinais: quadros inflamatórios frequentes, dores, ansiedade, tendência à depressão, ganho de peso, intestino preso, sonolência durante o dia e dificuldade para iniciar o sono à noite, sensação de fraqueza e fadiga, sem falar dos indicadores laboratoriais. “O aumento de insulina, antes mesmo de elevar a glicemia, pode ser um dos primeiros sinais de alerta. A resistência à insulina é um sinal claro de perda da regulação metabólica que aumenta o risco de câncer e diabetes, bem como de várias outras doenças”.  

 

 

 

 

De acordo com o especialista, a melhor forma de identificar os alimentos que não nos fazem bem é observar a sensação que temos logo depois de consumi-los. Outra dica vale para a hora de comprar os produtos alimentícios. Atenção com os rótulos e as substâncias que vai ingerir quando enche o carrinho de compras com itens ultra processados. “De maneira geral, se o rótulo de um produto tem mais de cinco componentes, não é bom. É sinal de que tem um nível de processamento grande. O ideal é ter o mínimo possível de componentes químicos tóxicos”.

 

Menos é mais:

 

Outra orientação importante para quem quer ter mais saúde: comer menos. “Em geral, precisamos de muito menos do que comemos”, reitera. O segundo conselho: optar por produtos mais naturais possíveis. “Quanto mais vegetais, melhor. Redução de laticínios, carne vermelha e glúten. Em alguns casos, exclusão destes três principais alimentos inflamatórios”, defende Almeida.

 

No caso de patologias específicas, as orientações podem variar, mas - via de regra - é aconselhável trabalhar para a redução da resistência à insulina. O que consiste basicamente em diminuir ou excluir do cardápio alimentos inflamatórios. “No caso de diabetes, a orientação é a mesma e não redução de consumo de frutas, como se pensa normalmente. Quando estamos falando de prevenção à hipertensão, o mais importante é a redução de sódio. Além de reduzir o sal no preparo das refeições, é importante restringir itens que já são ricos em sódio. Ou seja, os alimentos modificados”, destaca Almeida, apontando como maiores vilões da dieta os ultra processados – a exemplo de biscoitos, salgadinhos e hambúrgueres.

 

“Cuidado redobrado com os produtos rotulados de Diet, Free (sem lactose), Zero Açúcar. Esses são os piores de todos. Existem alguns grupos de alimentos, como os laticínios, que muitas pessoas ingerem achando que fazem bem à saúde. As pessoas só lembram que são alimentos ricos em cálcio e esquecem que são altamente inflamatórios. Não só o leite, mas todos os alimentos que derivam dele, como queijo, bolo, sorvete e chocolate ao leite”, conclui. 

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