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Este é o mamífero mais comum do planeta


Eles são feios, pequenos e a maioria não gosta muito de sol. Há quem diga que são vampiros, que adoram sangue humano e que transmitem doenças fatais. Mas acredite, nem tudo o que dizem sobre os morcegos é verdade. Ainda que não seja fácil encontrá-los por aí, principalmente se você vive numa grande cidade — longe de florestas e cavernas — eles são muitos e estão entre nós: essas criaturas de asas membranosas respondem por um quinto de todos os mamíferos do mundo. E razões não faltam para que estejam em vantagem no jogo da seleção natural.
Para começo de conversa, os morcegos são seres altamente adaptáveis ao meio em que vivem. Estima-se que haja mais de 10 bilhões deles no mundo, classificados em 1.116 espécies, que se dividem em dois tipos (ou subordens): os Megachiroptera (mais conhecidos como “raposas-voadoras”) e os Microchiroptera (“verdadeiros morcegos”). Entre os primeiros estão os de maior envergadura, que chegam a incríveis 2 metros, contando com uma dieta baseada em frutas. Já os segundos são geralmente menores e possuem o recurso de ecolocalização, por meio do qual buscam suas presas. Dos Microchiroptera, apenas três espécies alimentam-se de sangue, contrariando o senso comum de que seria uma espécie exclusivamente hematófaga (na verdade, apenas o chamado morcego-vampiro pode viver à base de sangue).
Para os cientistas, a razão pela qual os morcegos representam uma parcela tão grande de mamíferos está ligada à versatilidade desses animais, capazes de se adaptar rapidamente a diferentes dietas. Desde aqueles que se alimentam de néctar, passando por comedores de insetos até os que bebem sangue, há morcegos de todos os tipos e tamanhos: alguns são pequenos como besouros e vivem em teias de aranha, outros são grandes como macacos e não se importam em voar à luz do dia. É justamente essa variedade, diga-se de passagem, que lhes garante uma presença difusa nos mais diversos territórios.
Outra prova de que os morcegos adaptam-se a quaisquer condições é o desenvolvimento da ecolocalização. O recurso, também utilizado por golfinhos e baleias, consiste da emissão de ondas sonoras em altas frequências, inaudíveis a ouvidos humanos, por meio das quais são capazes de se localizar. Trata-se de um recurso bastante útil, sobretudo no caso dos morcegos, que além da visão deficiente também possuem hábitos noturnos. Não por acaso, essa faculdade foi reproduzida pelo homem de maneira artificial, possibilitando a criação de radares, sonares e aparelhos de ultrassonografia.
A propósito dos hábitos desse animal, o grego Esopo produziu uma fábula, em 600 a.C., acerca de um morcego que pegou dinheiro emprestado para começar um negócio. Porém, a empreitada falhou e a criatura se viu obrigada a esconder-se durante o dia para evitar seus credores, saindo somente depois que o sol se punha. De lá pra cá, a ciência nos ajudou a entender melhor o morcego, e mesmo com o saldo de uma reputação negativa, injustamente construída pela cultura e por lendas vampirescas, talvez seja a hora de quitarmos essa dívida, para que ao menos a importância desse mamífero possa vir à luz do dia.
Fonte: Yahoo Notícias/ Foto: Bernard DUPONT/Flickr

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