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Como é o setor de indústria de tecnologia no Brasil?

 


A criação e a difusão de novas tecnologias exigem um uso intensivo de capital em pesquisa e desenvolvimento, e uma indústria competitiva e diversificada pode levar anos, senão décadas, para se formar, atrair os melhores talentos e ter uma participação relevante no PIB do país.

É muito comum que, ao buscar produtos de tecnologia em promoção, os consumidores tenham a curiosidade de saber onde eles foram produzidos e, com raríssimas exceções, seu local de origem é fora do Brasil, especialmente países da Ásia.

A indústria, de maneira geral, é conhecida como um setor que demanda uma rede complexa e diversificada de serviços e cadeias de suprimentos, com potencial de movimentar toda a economia e gerar as melhores oportunidades de emprego.

Neste artigo, vamos conhecer um pouco mais sobre um segmento específico da indústria nacional: o de tecnologia, que vem se destacando entre os países emergentes, mas ainda enfrenta enormes desafios.

Setor de tecnologia cresce, apesar de grandes obstáculos

Diversos levantamentos mostram que, quando o assunto é tecnologia da informação e comunicação, o Brasil vem crescendo acima da média mundial e já superou a marca de 50 bilhões de dólares em produção, apenas em 2021.

Esse crescimento teve um impulso muito grande durante a pandemia, quando diversas empresas foram obrigadas a acelerar sua digitalização e adotar novos modelos de trabalho, exigindo novas ferramentas de comunicação e colaboração.

Com isso, no ano passado, dados do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações mostram que, no ano passado, o crescimento dos mercados de software, hardware e serviços de tecnologia teve um crescimento de quase 23%, mantendo a liderança no mercado latino-americano, com uma participação de 44%.

Avanço não é homogêneo

Ocorre que esse crescimento não é homogêneo em todas as subáreas da tecnologia, sobretudo quando envolve o abastecimento de outras indústrias, como automóveis, bens de consumo, eletroeletrônicos, aeroespacial, defesa, energia, saúde etc.

De fato, a competitividade brasileira é limitada por questões bastante conhecidas por todos nós, como as elevadas taxas de juros e a falta de soluções de acesso ao mercado de capitais para pequenas empresas, como startups que ainda estão em estágios iniciais de desenvolvimento e precisam de capital para amadurecer suas soluções e levá-las para o mercado.

Durante o período de alta liquidez e taxas de juros negativas nos principais mercados internacionais, como EUA, Europa e Japão, diversas empresas e fundos de investimento estrangeiros passaram a investir em startups brasileiras, a fim de ter exposição ao nosso mercado, em franco crescimento.

Não é à toa que empresas como Nubank, Pagseguro, iFood, 99, entre tantas outras conseguiram atrair centenas de milhões de dólares de capital externo e hoje estão entre os líderes de seus respectivos segmentos, ditando o caminho futuro a ser trilhado.

Esse avanço tecnológico, entretanto, também se depara com desafios muitas vezes intransponíveis, como a falta de talentos capacitados e de um mercado de capitais plenamente desenvolvido e disposto a assumir riscos, como acontece lá fora.

Fatores que prejudicam a competitividade da indústria de tecnologia nacional

Sem dúvida, acabamos ficando para trás na corrida tecnológica contra outras economias emergentes, como a China e a Coreia do Sul, dois países que sofisticaram rapidamente seus parques produtivos e ultrapassaram o Brasil, nos últimos anos, como produtores e exportadores de tecnologia.

Esse fenômeno se dá, fundamentalmente, pelo baixo investimento em pesquisa e inovação em nosso país, bem como pela pouca formação de engenheiros e profissionais de tecnologia, obrigando muitas empresas a buscar mão de obra de qualidade lá fora.

Adicione a isso o chamado “custo Brasil”, que leva em conta toda a carga tributária que recai sobre as empresas, além de gargalos enormes em nossa infraestrutura, com destaque para os preços de energia e seu aumento muito acima da inflação.

Para que a indústria de tecnologia se desenvolva ainda mais no país, é preciso encarar esses obstáculos com senso de urgência e colocar a inovação no centro das prioridades nacionais, inclusive na educação.

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