A Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla
2020 acontece entre os dias 21 a 28 de agosto. A data foi instituída
pela Lei nº 13.585/2.017 e visa ao desenvolvimento de conteúdos para
conscientizar a sociedade sobre as necessidades específicas de
organização social e de políticas públicas para promover a inclusão
social desse segmento populacional e para combater o preconceito e a
discriminação.
Segundo o psicólogo Damião Silva, a Deficiência Intelectual é um
transtorno do neurodesenvolvimento e é caracterizada por dois aspectos
principais:
• Déficits em funções intelectuais como raciocínio, solução de
problemas, planejamento, pensamento abstrato, juízo, aprendizagem
acadêmica e aprendizagem pela experiência, ou seja, um funcionamento
intelectual abaixo da média (QI).
• Déficit no funcionamento adaptativo, que envolve o raciocínio
adaptativo em três domínios: conceitual (acadêmico), que envolve
funções cognitiva e a aquisição de conhecimentos práticos, o domínio
social que envolve a percepção de pensamentos, sentimentos e
experiências dos outros, empatia, comunicação interpessoal, entre
outros, e o domínio prático que envolve aprendizagem e a autogestão em
todos os cenários da vida (inclusive cuidados pessoais,
responsabilidades, autocontrole comportamental, organização, entre
outros).
“Portanto, o déficit nessas habilidades pode limitar a independência
da pessoa”, afirma o especialista. Ainda segundo ele, são muitos os
aspectos a serem observados para o diagnóstico, mas os que geralmente
fazem os pais suspeitarem de DI é o atraso de diversos aspectos do
desenvolvimento. “Geralmente as crianças são dependentes, não realizam
determinadas atividades de forma independente, mesmo que já tenham
idade para isso (tomar banho, escovar os dentes, se vestir sozinho,
comer sozinho), podem se comportar como se tivessem menos idade do que
realmente tem, podem ter uma linguagem infantilizada para a idade,
dificuldades de regulação da emoção e do comportamento adequado à
idade, compreensão limitada de situações de risco, dificuldade de
compreensão do tempo e do dinheiro, capacidade limitada para tomar
decisões e para seguir regras e instruções”, explica Damião.
Ou seja, a pessoa com Deficiência Intelectual pode ter dificuldade
para aprender, entender e realizar atividades que geralmente são
comuns para as outras pessoas. O tratamento depende da gravidade do
caso que pode ser leve, moderado ou grave. Para o psicólogo, é preciso
intervir com terapias de estimulação e em alguns casos o uso de
medicamentos.
“As terapias de reabilitação e estimulação com profissionais adequados
e o uso de alguns medicamentos, podem melhorar e muito a qualidade de
vida dessas pessoas, que muitas vezes são marginalizadas e tem
dificuldades de inclusão escolar e de inclusão no mercado de
trabalho”, conclui o psicólogo.
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