Vigília de apoiadores termina em confusão após homem discursar a favor de prisão de Bolsonaro

 

Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo

A vigília evangélica conclamada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para a noite deste sábado para rezar pela saúde e pela liberdade de Jair Bolsonaro terminou com tumulto e confusão após um homem que se apresentou como pastor discursar a favor da prisão do ex-presidente. O evento reuniu cerca de cem pessoas, reunidas em frente a uma rotatória que dá acesso à rua onde fica o condomínio em que estava o ex-presidente Bolsonaro.

Ismael Lopes, de 34 anos, pediu para discursar e foi chamado por Flávio Bolsonaro por volta das 20h15. Ao lado de Flávio, Lopes leu uma passagem bíblica dizendo que "quem cava covas por elas será engolido". Em seguida, pediu para que Jair Bolsonaro fosse condenado por ações durante a pandemia de Covid-19 que levaram à morte de 700 mil pessoas.

Imediatamente, Lopes saiu correndo e foi perseguido e agredido por simpatizantes de Bolsonaro. A Polícia Militar (PM) apartou os agressores do evangélico com spray de pimenta. Em seguida, ele foi escoltado até entrar em um carro de aplicativo. Aos policiais, Lopes disse que sabia que corria riscos de sofrer agressões e que seu ato foi consciente.

O rapaz recebeu socos e pontapés, além de ter uma das mangas da camisa social que vestia rasgada. Flávio Bolsonaro pediu que os presentes ao evento não agredissem Lopes, mas foi ignorado.

Lopes é membro da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, a mesma organização que realiza os eventos da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, com evangélicos em diferentes estados do país.

O evangélico não é pastor e milita por causas progressistas e de esquerda nas redes sociais. Em seu perfil no Facebook, por exemplo, Lopes escolheu como imagem de capa uma ilustração vermelha com os rostos de Karl Marx, Vladimir Lênin, Joseph Stálin e Mao Tsé-Tung, líderes do comunismo.

O Globo