De volta ao fogão: jovens retomam o hábito de preparar as próprias refeições

 


O cheiro dos ingredientes dourando na panela com temperos frescos pode ter um significado muito maior do que apenas o de preparo de uma refeição. Cozinhar a própria comida pode representar uma mudança de hábito, autocuidado e até resgatar memórias afetivas.

 

Substituir comidas prontas e congeladas e diminuir a frequência do delivery têm sido movimentos cada vez mais comuns entre os jovens brasileiros. Seja pelo custo dos pedidos, ou pela busca de refeições mais saudáveis, cozinhar em casa ganha popularidade no país.

 

A volta à esta tradição das panelas no fogo é um resgate de receitas e de afetos deixados pelos sabores inconfundíveis de certos pratos e também do tempo para si. Além disso, as redes sociais se tornaram grandes livros de receitas compartilhadas que viralizam e conquistam adeptos de todo o mundo.

 

Gastos com alimentação

 

Por conta desta mudança de hábitos, os gastos com alimentação têm mudado de um tempo para cá. Uma pesquisa da Valecard mostra que, em 2024, os brasileiros diminuíram o consumo fora de casa. Bares e restaurantes registraram quedas de 32% e 29%, respectivamente, em relação ao ano anterior.

 

Já as despesas para preparar as próprias refeições aumentaram: gastos em supermercados cresceram 55%, e em mercearias, 113%. Isso comprova o que o relatório “Appetite for Growth 2024” (“Apetite para Crescimento 2024”, em tradução literal), da Kantar Brasil, demonstra. Segundo os dados, o Brasil é o país onde mais se passa tempo cozinhando.

 

Localizado na América Latina, região do mundo em que menos se faz uso de refeições prontas, o país também tem o menor índice de consumo de snacks como parte da alimentação-base.

 

O prazer de cozinhar

 

Além das questões financeiras, cozinhar faz parte da história e da cultura brasileiras. Por características geracionais, por muito tempo, as refeições fora de casa se destacaram e substituíram o hábito de preparar a própria comida.

 

No entanto, os mais jovens agora estão mais preocupados com a saúde física e mental e valorizam o tempo dedicado na cozinha. É uma questão de economia, mas também de escolha: dos ingredientes, das receitas e de saber o que vai no prato.

 

E os benefícios encontrados são muitos: envolvem o resgate de receitas afetivas, mas também abrem as portas para novas possibilidades.

 

Hoje, no meio digital, é comum que um prato de uma determinada região do mundo se torne conhecido por todos. Rapidamente, a receita está disponível, e basta seguir o passo a passo do vídeo para ter o mesmo prato em casa.

 

Além disso, é possível filtrar os interesses. Preparos simples e versáteis, como a clássica receita de brownie, que leva poucos ingredientes, substituem o delivery e unem os amigos em torno do fogão.

 

Cozinhar, então, passa a fazer parte do dia a dia para uma vida mais saudável, mas também dos momentos de lazer e descontração, fortalecendo os laços e a própria história.

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