Jamile Amine e Yasmim Marinho / Saúde GovBA
Com o objetivo de reforçar a importância da amabilidade como alternativa à violência no acolhimento e atenção humanizada dos pacientes, o Hospital Geral do Estado (HGE) realizou um evento que marca o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, nesta terça-feira (8).
A abertura do encontro ficou por conta do diretor médico do hospital, Marcus Almeida, que falou sobre “O poder da amabilidade, o reverso do diálogo da violência”. Na sequência, a equipe de cuidados paliativos apresentou o projeto “Para além do hospital”, através do qual os pacientes e familiares recebem orientações e acompanhamento após a alta médica. Na ocasião, a plateia formada por médicos, enfermeiros, técnicos, psicólogos e assistentes sociais assistiu a vídeos que mostram o processo de recuperação dos pacientes.
“A gente procurou trazer uma fala sobre amabilidade, porque é uma macrocompetência que agrega tanto o bem-estar para o indivíduo que se coloca como amável, mas que também vai reproduzir esse sentimento para o paciente e para os colegas de trabalho, melhorando sua relação interpessoal e relação no trabalho e levando isso pra vida. Como os cuidados paliativos têm muito essa questão da interação, do cuidado com o outro, o respeito ao indivíduo, ao momento que ele está vivendo, esses projetos são exatamente para a gente reforçar esses sentimentos”, destacou Almeida.
Um dos pontos principais da atividade foi o anúncio da implementação do tratamento assistido por animais na unidade, com incorporação da labrador Mel à equipe de cuidados paliativos. Treinada por uma adestradora e conduzida pela enfermeira do trabalho e especialista em Saúde Animal e Interação Humana, Ana Beatriz, a cadela atuará na unidade uma vez por semana para auxiliar no tratamento dos pacientes e também promover o bem-estar dos profissionais de saúde.
Em sua explanação, Ana Beatriz explicou que para que o animal desempenhe tal atividade é preciso seguir uma série de protocolos, incluindo avaliações periódicas comportamentais e de saúde. “Não basta o cão ser manso. Ele deve ser treinado, socializado, motivado por pessoas e atender comandos de obediência básica”, pontuou a especialista. Segundo a enfermeira, dentre os benefícios apresentados pelos cães no contexto terapêutico estão a redução da ansiedade, aumento da sensação do bem-estar, melhora no humor, estímulo a práticas saudáveis e bons hábitos, diminuição do nível de dor, além de facilitar a adesão ao tratamento e o vínculo com a equipe de saúde.
Classificando a iniciativa como inovadora para um hospital de trauma, a coordenadora do serviço de cuidados paliativos do HGE, Dania Freire de Carvalho Oliveira, vê com entusiasmo a incorporação da cadela Mel para tratamento terapêutico na unidade.
“Nossa visão é trazer para o Hospital Geral do Estado, que é o maior hospital de trauma da cidade, e para a rede SUS, a qualificação e o benefício de uma terapia que mostra ser promissora no controle da violência, para ajudar tanto a equipe quanto os pacientes a saírem desse círculo da violência. Nossa diretoria entende que a amabilidade é um conceito que precisa ser executado no dia-a-dia, e Mel vem pra trazer isso. A gente tem todo um contexto da pediatria, de queimados, de neurocrítico, de TRM, que é um grande sofrimento, e que eles precisam que a gente tenha formas alternativas de diminuir a dor”, avaliou.
Diretor médico do Hospital Geral do Estado, Marcus Almeida também vê a iniciativa como promissora, destacando que a implementação se deu com a anuência de toda equipe multidisciplinar. “A gente aproveitou esse momento também para falar sobre um novo processo de assistência, um tratamento assistido por animais, que no caso é a Mel, uma labrador que faz esse serviço já em outros lugares e foi acolhida pela equipe de cuidados paliativos, com a ciência e aquiescência da diretoria médica, diretoria geral, diretoria multidisciplinar de apoio e diagnóstico. Mel vai agregar tanto de bem-estar para os pacientes, como dos trabalhadores, porque essa também é a essência do trabalho, é também cuidar de quem cuida”, concluiu.
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