Em 2023, a produção primária florestal na Bahia (soma da extração vegetal e da silvicultura) gerou um valor de R$ 1,684 bilhão, representando um crescimento de 4,1% frente ao resultado de 2022 (que havia sido de R$ 1,618 bilhão).

Este foi o quarto aumento seguido no valor da produção florestal baiana. Com isso, o montante gerado no estado atingiu, no ano passado, seu maior patamar em sete anos, desde 2016 - quando o valor havia sido de R$ 1,790 bilhão, o recorde na série histórica desde o início do Plano Real.

O crescimento entre 2022 e 2023 se deu tanto por conta do desempenho da silvicultura (plantação de florestas para fins comerciais), cujo valor gerado também cresceu pelo quarto ano, quanto da extração vegetal, que registrou seu terceiro aumento seguido, no estado.

De um ano para o outro, a Bahia apresentou um crescimento de 3,9% no valor da silvicultura: de R$ 1,474 bilhão, em 2022, para R$ 1,531 bilhão em 2023 (mais R$ 56,8 milhões em um ano). Com isso, essa atividade representava R$ 9 em cada R$ 10 gerados pela produção florestal no estado (90,9% do total), em 2023. A Bahia seguiu com o 7º valor gerado pela silvicultura no país.

Já a extração vegetal baiana gerou R$ 153,5 milhões em 2023, num aumento de 6,9% em relação a 2022 (mais R$ 143,6 milhões). Com o resultado positivo, a Bahia se manteve na 8ª posição no ranking nacional do valor da extração vegetal.

No Brasil como um todo, o valor gerado pela produção primária florestal também aumentou pelo quarto ano seguido e chegou ao recorde de R$ 37,9 bilhões em 2023 (+11,2% frente a 2022). O incremento se deu por conta da alta na silvicultura, que gerou R$ 31,7 bilhões em 2023, 13,6% a mais do que em 2022. Já o valor da extração vegetal teve leve variação negativa (-0,002%), ficando em R$ 6,2 bilhões.

Com a alta entre 2022 e 2023, a Bahia se manteve na 8ª posição entre os estados no valor da produção primária florestal, respondendo por 4,4% do total nacional. Minas Gerais lidera, com R$ 8,4 bilhões (22,1% do total), seguido por Paraná (R$ 5,7 bilhões ou 15,1%) e São Paulo (R$ 4,5 bilhões ou 11,7%).

Gráfico, Gráfico de barras

Descrição gerada automaticamente

Dos três produtos da silvicultura baiana, apenas a lenha (+22,7%) teve aumento de quantidade produzida, entre 2022 e 2023

Entre 2022 e 2023, apenas um dos três produtos da silvicultura investigados na Bahia teve aumento no volume: a lenha. Por outro lado, as produções de carvão e de madeira em tora registraram quedas.

A produção baiana de lenha da silvicultura cresceu 22,7%, de 1,147 milhão de metros cúbicos (m³) para 1,407 milhão de m³, entre 2022 e 2023 (+259,8 mil m³). Com a alta, a Bahia se manteve como o 8º maior produtor de lenha por silvicultura do país em 2023, e o valor gerado pela atividade cresceu 34,8%, indo a R$ 83,1 milhões.

Entre Rios é o município baiano que liderou a produção de lenha da silvicultura no estado, em 2023, com 409,8 mil m³ (12º maior produtor do país).

Já a produção baiana de madeira em tora da silvicultura registrou, de um ano para o outro, a segunda maior queda absoluta do Brasil, passando de 15,2 milhões de m³ em 2022 para 14,0 milhões de m³ em 2023 (-7,9%). A redução de 1,2 milhão de m³ só não foi superior à do Paraná (menos 1,5 milhão de m³ entre os dois anos).

Com isso, a Bahia desceu da 6ª para a 7ª posição entre os maiores produtores de madeira em tora da silvicultura no país. Apesar da queda na quantidade produzida, o valor de produção da madeira em tora da silvicultura na Bahia registrou crescimento de 1,8% entre 2022 e 2023, chegando a R$ 1,3 bilhão.

Nova Viçosa (2,1 milhões de m³) e Caravelas (2,1 milhões de m³) foram os principais municípios baianos produtores de madeira em tora da silvicultura em 2023, figurando no top-10 nacional, na 8ª e 9ª posições, respectivamente.

A produção baiana de carvão da silvicultura também caiu (-8,6%) entre 2022 e 2023, chegando a 144.206 toneladas (menos 13.642 toneladas). Apesar da queda a Bahia se manteve como o 3º maior produtor nacional, abaixo de Minas Gerais (6,0 milhões de toneladas) e Maranhão (204.249 toneladas). O valor, por sua vez, aumentou, de R$ 104,0 milhões em 2022 para R$ 115,1 milhões em 2023 (+10,8%).

O município de Entre Rios também lidera a produção baiana de carvão da silvicultura, com 63,0 mil toneladas em 2023.

Em 2023, área destinada à silvicultura na Bahia diminuiu pelo 4º ano seguido

Em 2023, a área destinada à silvicultura na Bahia teve leve variação negativa, caindo pelo quarto ano consecutivo: -0,1% frente a 2022, de 560.992 para 560.436 hectares (ha), no período.

Caravelas se manteve como o principal destaque entre os municípios baianos em 2023, com 74.297 ha dedicados à silvicultura, 13,3% do total do estado. A cidade sustentou também a 9ª posição entre as maiores áreas de florestas plantadas no país.

Desde 2013, a Bahia tem a 7ª maior área de silvicultura do país. No ano passado, o estado respondia por 5,8% dos 9,665 milhões de hectares de floresta plantadas no Brasil. A área nacional de florestas plantadas cresceu 2,5% frente a 2022.

Minas Gerais (2,125 milhões de hectares, 22,0% do total), Mato Grosso do Sul (1,367 milhão de hectares, ou 14,1%) e São Paulo (1,195 milhão de hectares, ou 12,4%) detinham, em 2023, as maiores fatias da área de silvicultura do Brasil.

Cai volume de produtos madeireiros extraídos da natureza na Bahia; ainda assim, estado passa a ser 3º maior produtor de carvão vegetal por extração

Em 2023, o volume dos produtos madeireiros extraídos da natureza caiu na Bahia. A produção extrativa de madeira vem perdendo espaço ao longo dos anos, em virtude da legislação ambiental, que estabelece maior rigor e controle em operações que envolvem espécies nativas.

A produção de carvão a partir de madeira nativa diminuiu na Bahia, de 2022 para 2023 (-1,2%), indo a 48.301 toneladas. O estado voltou a registrar queda após ter tido aumento entre 2021 e 2022.

Apesar do recuo, a Bahia subiu da 4ª para a 3ª posição entre os maiores produtores do país, ultrapassando Mato Grosso do Sul e ficando atrás somente de Pará (129.647 toneladas em 2023) e Maranhão (91.649 toneladas).

O município de Baianópolis, que já chegou a liderar a produção de carvão da extração no país e era o 5º colocado em 2022, ganhou uma posição e passou a ser o 4º maior produtor nacional em 2023, com 11,7 mil toneladas.

Outros dois municípios baianos estão no top-10 dos maiores produtores de carvão a partir da extração, no Brasil: São Desidério (6,8 mil toneladas, 8º maior do país) e Morpará (6,3 mil toneladas, 9º maior do país).

A quantidade de lenha extraída na Bahia cai seguidamente desde 2010 e, em 2023, recuou 6,0%, em relação a 2022, chegando ao seu menor patamar em 37 anos (desde 1986): 1,361 milhão de m³, 87,7 mil m³ a menos do que no ano anterior.

Apesar da queda, em 2023, a Bahia se manteve no 6º lugar entre os maiores produtores de lenha por extração do Brasil.

Os três municípios baianos que mais extraíram lenha da natureza, em 2023, foram Serra do Ramalho (62,5 mil m³), Riacho de Santana (61,9 mil m³) e Bom Jesus da Lapa (57,6 mil m³).

A produção de madeira em tora por extração na Bahia também diminuiu (-3,8%) entre 2022 e 2023, chegando também ao seu menor volume desde 1986: 157.507 m³. Com isso, o estado caiu da 9ª para 10ª posição entre os maiores produtores do país, num ranking que é liderado por Pará (4,986 milhões de m³), Mato Grosso (2,076 milhões de m³) e Amazonas (906,2 mil m³).

Apesar da queda no volume, os três produtos apresentaram crescimento no valor gerado, entre 2022 e 2023.

A Bahia registrou o maior aumento absoluto do país no valor da produção de carvão vegetal por extração, que passou de R$ 41,8 milhões para R$ 45,5 milhões, o que representou mais R$ 3,7 milhões no período (+8,8%). Nacionalmente, o valor caiu 22,4%, chegando a R$ 407,7 milhões.

No período, o valor da produção baiana da lenha extraída cresceu 4,6%, chegando em R$ 55,0 milhões, e o da madeira em tora por extração aumentou 1,9%, ficando em R$ 26,5 milhões. Nacionalmente, houve aumentos de 7,9% e 3,1%, com os valores chegando a R$ 712,9 milhões e R$ 2,861 bilhões, respectivamente.

Extração de 6 dos 11 produtos não madeireiros teve crescimento na Bahia, entre 2022 e 2023

De 2022 para 2023, houve aumento na quantidade de 6 dos 11 produtos não madeireiros da extração vegetal investigados e com produção na Bahia.

O crescimento na produção de piaçava (mais 219 toneladas ou +4,7%, chegando a um volume de 4.842 toneladas) foi o mais representativo, em termos absolutos.

Além disso, o estado também apresentou alta na produção de umbu (+2,4% ou mais 137 toneladas, chegando a 5.890 toneladas), que se manteve como o principal, em termos de volume, entre os produtos não madeireiros da extração vegetal na Bahia.

Em 2023, o estado sustentou a liderança nacional da produção de piaçava e umbu.

Dos 10 municípios que mais extraem piaçava no país, 9 são baianos, com destaques para Canavieiras (833 t, 2º colocado nacional), Nilo Peçanha (617 t, 3º colocado) e Ituberá (525 t, 4º colocado). A liderança nacional fica com o município de Barcelos, no Amazonas, que extraiu 2.000 toneladas em 2023.

Já no caso do umbu, dos 10 municípios com maior extração, 3 estão na Bahia, com destaques para Mirante (460 t, 4º colocado nacional), Manoel Vitorino (357 t, 7º colocado) e Brumado (340 t, 9º colocado). O líder nacional é o município de Espinosa, em Minas Gerais, com 2.250 toneladas.

Ambos os produtos também registraram aumento do valor de produção no estado, entre 2022 e 2023. O valor da piaçava aumentou 15,1%, chegando a R$ 6,965 milhões, sendo o 2º maior do país, atrás do Amazonas (R$ 7,018 milhões). Em relação ao umbu, a Bahia segue na liderança nacional, com R$ 11,204 milhões, 19,4% a mais do que no ano anterior.

A Bahia também é líder nacional na extração de castanha-de-caju, com 608 toneladas produzidas em 2023 (37 toneladas a mais do que em 2022, ou +6,5%), e licuri, com 1.054 toneladas (42 toneladas a mais que no ano anterior, ou +4,2%).

Dos 10 municípios com maior extração de castanha-de-caju, 5 estão na Bahia, com destaques para Tucano (68 t, 3º colocado no país), Sítio do Quinto (66 t, 4º colocado), Jeremoabo Euclides da Cunha (50 t, empatados em 6º lugar). A liderança nacional fica com a cidade de Santa Terezinha, em Pernambuco (100 t).

No caso do licuri, 9 dos 10 municípios com maior extração estão na Bahia, liderados por Cansanção (158 t), Serrolândia (134 t) e Monte Santo (131 t), os três maiores produtores do país.

A Bahia também manteve a liderança nacional no valor da produção de castanha-de-caju licuri. Em relação à castanha, houve leve queda no valor (-0,6%), que chegou a R$ 2,234 milhões. Já o licuri teve aumento de 15,2%, ficando em R$ 2,104 milhões.