Nas últimas semanas, os casos de infecções respiratórias têm crescido em todo o país, especialmente os quadros de influenza (gripe), segundo os dados do Ministério da Saúde. E isso se deve ao processo natural de mutações genéticas do vírus com o passar do tempo, sendo necessário que a vacina tenha a composição atualizada anualmente com as principais cepas circulantes.
Em 2024, o imunizante contra a gripe recebeu nova versão e confere proteção para os quatro tipos de vírus da influenza predominantes na população: dois do tipo A (H1N1 e H3N2) e dois do tipo B (linhagens Victoria e Yamagata). Essa vacina quadrivalente, inclusive, já está disponível nas unidades do Sabin Diagnóstico e Saúde em Salvador, Camaçari, Lauro de Freitas, Santo Antônio de Jesus, Barreiras e Luís Eduardo Magalhães.
Na rede pública, grupos determinados pelo governo podem ter acesso à vacina trivalente, que protege contra dois vírus do tipo A (H1N1 e H3N2) – e um tipo B (Austria/ Victoria).
Este ano, para impedir o avanço da doença, a campanha de vacinação contra a gripe foi antecipada para este mês nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Normalmente, a mobilização ocorre entre os meses de abril e maio em todo país. O aumento na circulação do vírus levou as autoridades a iniciarem antes a imunização como forma de aumentar a proteção da população contra as complicações da doença. O único local em que a vacinação ocorrerá no segundo semestre será no Norte, no período conhecido como Inverno Amazônico, momento de maior transmissão da gripe na região.
A infectologista e consultora do serviço de imunização da empresa, Ana Rosa dos Santos, destaca que a vacinação anual é a defesa mais eficaz contra a gripe e suas complicações. “A cada ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS), por meio de laboratórios referências para influenza, atualizam a composição da vacina para gripe com os vírus circulantes, pela capacidade do vírus de sofrer mutações genéticas para garantir efetividade e eficácia do produto. Por isto, a vacina precisa ser atualizada constantemente para acompanhar as cepas em circulação”, explica.
Ela ainda destaca que “a eficácia da vacina da gripe é resultado de uma cuidadosa combinação com as cepas predominantes do ano anterior. Estudos clínicos demonstram sua segurança, com menos de 1% dos vacinados apresentando efeitos colaterais graves”.
A imunização é recomendada para crianças a partir de 6 meses de idade e adultos sem limite de idade. Entre 6 meses e 8 anos, devem ser administradas duas doses na primeira vez (primovacinação), com intervalo de um mês e dose única nos anos seguintes. A partir de 9 anos, a aplicação é anual.
As principais complicações da influenza vão além da doença respiratória aguda, pelo impacto em todos os principais órgãos, em pacientes idosos, principalmente com comorbidades e imunodeprimidos. Portanto, nos últimos anos, foi padronizada, de acordo com os requisitos da OMS e regulamentação brasileira para a campanha do Hemisfério Sul, uma vacina específica para maiores de 60 anos. Ela contém 240 microgramas (mcg) de hemaglutinina (HA) por dose de 0,7 mL, recomendada de 60 mcg de HA de cada uma das quatro cepas de influenza (A/H1N1, A/H3N2, B/linhagem Victoria e B/linhagem Yamagata).
Além disso, segundo reforça a especialista, é fundamental que a população se imunize, especialmente este ano, quando as vacinações contra a Covid-19 e Dengue também estão em andamento. “Ambas as vacinas podem ser administradas simultaneamente, garantindo uma proteção abrangente contra essas infecções virais”, informa.
É recomendado que pessoas com febre aguardem antes de receber a vacina, assim como pacientes com infecção por Covid-19 e Dengue devem esperar até sua recuperação antes de se vacinarem contra a gripe.
A infectologista lembra outros cuidados: “Aprendemos com a pandemia de Covid-19, e devemos continuar usando com a gripe, a espirrar com lenço, usar antebraço no espirro, higienizar sempre as mãos, higiene pessoal com uso do álcool gel e lavagem correta das mãos, não tocar as mãos nos olhos, boca e nariz, uso de luvas e máscaras, distanciamento e isolamento social e evitar aglomeração, além de solidariedade, resiliência, paciência, etc”.
A especialista pontua também que a imunização é a melhor forma de prevenção contra a gripe, uma doença que pode ser transmitida diretamente por meio das secreções das vias respiratórias de pessoas contaminadas ao espirrar, tossir ou falar, além de ser transmitida indiretamente pelo contato com superfícies contaminadas por essas secreções respiratórias.
É importante ressaltar que a gripe, apesar de muitas vezes considerada uma doença passageira, pode levar a complicações sérias, como infecções bacterianas, principalmente em pessoas com o sistema imunológico comprometido. “A vacinação não só protege o indivíduo vacinado, mas também ajuda a prevenir a propagação do vírus, beneficiando especialmente os grupos de risco, como idosos e imunossuprimidos, com uma vacina específica para esse grupo de pessoas”.
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