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O aumento da cobertura ferroviária da Transnordestina no Nordeste amplia o potencial da região para se fortalecer no ambiente de negócios cada vez mais competitivo do Brasil e do exterior. Com a autorização das obras dos lotes 4 e 5 do empreendimento autorizadas na última terça (28), a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) já vislumbra novas oportunidades de articulação para atrair novos empreendedores para a região.
“A Transnordestina é hoje a maior obra linear do país. Um investimento fomentado inclusive com recursos da Sudene, que aportou R$ 3,8 bilhões através do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE). É um projeto que liga a região com o mundo porque movimenta diversas cadeias produtivas”, comentou o diretor de Fundos, Incentivos e de Atração de Investimentos da Sudene, Heitor Freire. A autarquia é a principal financiadora da ferrovia, tendo liberado, em 2023, R$ 811 milhões para a obra, constituindo etapa fundamental na composição do novo funding para viabilizar a conclusão do empreendimento.
O gestor pontua que o equipamento logístico exige uma estratégia integrada de atuação das iniciativas pública e privada para viabilizar novos investimentos em áreas como infraestrutura, agricultura e indústria de transformação. “O município de Eliseu Martins (PI) é grande produtor de soja e a obra vai escoar a produção até o porto do Pecém (CE), um dos mais próximos à Europa e África. No Ceará, há uma forte bacia leiteira também. Então são oportunidades que surgem para atrairmos grandes empresários interessados em fazer novos negócios e instalar projetos no Nordeste porque sabem que poderão contar com um equipamento logístico bastante estratégico”, exemplificou.
A ferrovia vai contar com novos 101 km de extensão no território cearense. O trecho compreendido entre os municípios de Acopiara e Quixeramobim receberá R$ 1 bilhão em investimentos e será executado pela empresa Marquise Infraestrutura. A obra vai criar 1.300 mil empregos diretos, com expectativa de geração de outros 2.500 postos de trabalho indiretos.
De acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), cerca de 70% da fase 1 do projeto já está pronta, mas para concluí-la é necessário conectar o sertão do Piauí, a partir da cidade de Eliseu Martins, com o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CE). Esta etapa está programada para terminar até 2027. A fase 2, segundo cronograma aprovado, deve ser concluída até 2029. No total, a obra tem 1206 km de extensão. Vale destacar que o governo federal assumiu o compromisso de construir o trecho da ferrovia que liga o município de Salgueiro até o Complexo de Suape, em Pernambuco. A obra, orçada em R$ 4 bilhões, faz parte do Novo PAC e deve ter início neste ano.
Com o avanço das obras da Transnordestina, o diretor da Sudene acredita que o portfólio de instrumentos da Sudene voltado ao setor produtivo deve ganhar ainda mais importância. “Os fundos regionais oferecem taxas abaixo do mercado. Também oferecemos incentivos fiscais. Com a entrega da ferrovia, cria-se um cenário muito positivo para novos negócios, com galpões de estoques, novas empresas. O investidor no exterior que deseja comprar soja do Piauí, por exemplo, sabe que terá condições de viabilizar isso porque a Transnordestina escoará a produção para o porto e, de lá, ela seguirá para o continente no empresário internacional”, explicou o gestor.
Para o superintendente da Sudene, Danilo Cabral, a Transnordestina exige da Autarquia um planejamento ainda mais integrado, criando uma sinergia positiva entre o Governo Federal, a iniciativa privada e a sociedade. O gestor adianta que a Sudene já estuda novas maneiras para atuar neste cenário. “A Sudene se antecipa para mapear as oportunidades de investimento que surgem com esta que é a obra mais importante sendo tocada no Nordeste brasileiro e a maior obra do novo Programa de Aceleração de Crescimento. A Transnordestina faz com que busquemos ampliar o acesso ao crédito, aperfeiçoar nossos estudos, chegar cada vez mais perto do público diretamente impactado pela obra. É uma ação transversal que está constantemente sendo debatida em nossos instrumentos de planejamento, como PRDNE”, disse Cabral.
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