O mês de dezembro é dedicado à conscientização sobre o câncer de pele e com isso é o momento ideal para ampliar a discussão sobre a prevenção, diagnóstico precoce e tratamento desse tipo de tipo de câncer, que representa cerca de 30% de todos os tumores malignos no Brasil. Em 2022, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que houve 8.980 novos casos de melanoma e 220.490 casos de câncer de pele não melanoma no País.
Os tipos mais comuns de câncer de pele, os carcinomas, correspondem a 95% dos casos. Sua ocorrência está mais relacionada à intensa exposição solar ao longo da vida. Portanto, o efeito cumulativo dessa radiação tem grande impacto nessa evolução e, por isso, o sol em excesso continua sendo o inimigo número um da saúde da pele.
De acordo com a Dra. Lilian Licarião Rocha, dermatologista do Grupo Fleury, detentor da Diagnoson a+ na Bahia, é imprescindível o uso de protetor solar. “É fundamental sempre usar o protetor solar, principalmente no Verão quando a incidência dos raios solares é mais intensa. As roupas ainda são a melhor e mais básica forma de se proteger, já que hoje também há opção de roupas com fator de proteção solar (FPS). Quanto menor for a exposição de partes do corpo, melhor é a forma de prevenir", explica.
Diagnóstico precoce
O diagnóstico precoce do câncer de pele, especialmente o melanoma, é importante para aumentar as chances de cura. A dermatoscopia e o mapeamento fotográfico corporal são ferramentas essenciais para identificar pequenas estruturas específicas do melanoma e detectar precocemente detalhes invisíveis a olho nu.
O mapeamento de nevos com a dermatoscopia digital evidencia, mais precocemente e com maior precisão, as características da pinta associadas à malignidade e, com frequência, evita a retirada desnecessária de algumas delas, preservando a pele. O exame é recomendado para pessoas que tenham grande número de pintas pelo corpo, histórico pessoal ou familiar de melanoma, pele muito clara, que sejam ruivas ou que tenham sofrido queimaduras de sol durante a infância, pois são as que apresentam maior tendência ao surgimento do problema.
Realizar uma consulta anual dermatológica faz parte das medidas preventivas. “Durante a consulta já é realizada a dermatoscopia dos nevos (ou pintas). A prevenção e o diagnóstico precoce são essenciais para enfrentar o câncer de pele de maneira eficaz”, afirma a dermatologista.
Cerca de 5% a 12% dos casos de melanoma estão associados a histórico familiar e mutações genéticas específicas. Para esses casos, pode ser requisitado o exame de pesquisa genética para determinação diagnóstica, permitindo a investigação precoce em outros membros da família e contribuindo para a redução da mortalidade.
Tratamento
O tratamento depende do tipo de lesão. Em geral, os tumores não-melanoma podem ser retirados pela cirurgia, pela cauterização, pela aplicação local de quimioterapia ou pela terapia fotodinâmica, que combina substâncias fotorreagentes com uma fonte de luz para a destruição da lesão. Já o melanoma requer uma cirurgia para a remoção do tumor e dos tecidos ao redor e, nos casos mais graves, também dos gânglios próximos para evitar futuras metástases. “Em raras situações pode-se indicar quimioterapia tópica ou radioterapia, porém a cirurgia é a primeira opção quando possível”, explica a médica.
Para auxiliar no diagnóstico, pode-se usar a regra do ABCD do melanoma que valoriza algumas características específicas das manchas e pintas: assimetrias, bordas irregulares, cor de diferentes tonalidades e diâmetro maior que seis milímetros. Outros sinais de alerta incluem feridas que não cicatrizam em mais de quatro semanas, mudanças na textura da pele e pintas e manchas que crescem e sofrem alterações de cor e tamanho. Qualquer achado semelhante é motivo suficiente para visitar um dermatologista.
As pessoas com história familiar de câncer de pele e/ou com grande quantidade de pintas precisam de acompanhamento regular desse especialista para que qualquer alteração suspeita seja identificada no começo.
Previna-se no Verão
- Reaplique o filtro solar (fator 30, no mínimo) pelo menos a cada três horas, sempre 20 minutos antes de se expor ao sol e também quando suar ou se molhar;
- proteja-se mesmo na sombra, pois a radiação solar reflete na água, areia e concreto;
- evite a exposição ao sol das 10 às 16 horas;
- evite o bronzeamento artificial;
- previna a pele seca – não tome banhos em excesso com água quente, evite sabonetes agressivos e aplique loção hidratante após o banho;
- use chapéu e camiseta ao se expor ao sol;
- faça do uso do filtro solar parte de sua rotina diária, principalmente quando praticar esportes ao ar livre;
- avalie sua pele regularmente.
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