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Nos últimos anos, o veganismo tem ganhado cada vez mais adeptos ao redor do mundo. A decisão de adotar uma dieta vegana vai além da escolha alimentar; é um compromisso com a redução do impacto ambiental e a promoção do bem-estar animal. No entanto, antes de aderir a essa filosofia de vida, é muito importante entender o que o veganismo realmente representa e quais são seus aspectos a serem considerados.
O que é o veganismo?
Para resumir de forma simples, o veganismo é uma filosofia e estilo de vida que busca eliminar da vida de seu adepto todo e qualquer produto que colabora com a exploração, crueldade, o confinamento e abate de animais, e isso inclui alimentos, vestuário e até produtos de beleza e higiene.
Os primeiros registros do veganismo datam de um período de 3300 a 1300 a.C., na região que hoje forma o norte e o oeste da Índia. Muitos imperadores e filósofos indianos mais tarde influenciaram exploradores gregos, que, ao voltarem para suas cidades, começaram a espalhar essa nova filosofia. Acredita-se que o filósofo e matemático grego Pitágoras tenha incluído em sua filosofia (o pitagorismo) o culto de preservação da natureza e afastamento daqueles que matavam (se afastando de cozinheiros e caçadores).
O termo "vegano" foi inventado muitos séculos depois, mais precisamente no ano de 1944, por Donald Watson, fundador da Vegan Society, um boletim trimestral paralelo ao Vegetarian Society, criado em 1847, na Inglaterra.
Conceitualmente, os veganos excluem de sua vida todo alimento de origem animal, isso inclui carnes de todos os tipos, além de laticínios, ovos e mel, já que são subprodutos da exploração animal. A base de alimentação vegana é estritamente vegetal, incluindo frutas, verduras, legumes, cereais, nozes e sementes.
Outra faceta do veganismo é abolir o uso de produtos que tiveram a participação animal na sua produção, como vestuário de couro e lã, produtos de beleza e higiene que utilizam colágeno animal, guano ou que são testados em animais.
Pontos importantes para considerar antes de adotar uma dieta vegana
Antes de fazer a transição para uma dieta vegana, é essencial compreender alguns pontos cruciais.
O equilíbrio nutricional deve ser acompanhado de perto; como a dieta vegana exclui muitos alimentos de origem animal, é natural que alguns nutrientes fiquem de fora na alimentação. Portanto, é muito importante fazer um acompanhamento com um nutricionista para que, na dieta, sejam incluídos alimentos que cubram todos os grupos nutricionais. Com um bom planejamento, é possível obter cálcio, ferro, proteínas, ômega-3 e vitamina B12 de origem vegetal, mas também não pode ser excluída a necessidade de algum tipo de suplementação.
Outro ponto muito importante a ser ressaltado é que quem adota o veganismo precisa também se habituar a cozinhar seus próprios alimentos e estar familiarizado com ingredientes e técnicas culinárias diferentes.
Além de saber cozinhar os próprios alimentos, é preciso estar atento aos rótulos de produtos ao comprar para se certificar de que não haja nenhum ingrediente de origem animal em sua composição, como gelatina e cochonilha.
Quais alimentos podem ser consumidos e seus benefícios?
Como a dieta vegana é feita exclusivamente à base de alimentos de origem vegetal, a variedade pode ser gigantesca.
As leguminosas como feijões, lentilha e grão-de-bico são grandes fontes de proteína para manter a massa muscular em dia, ferro para combater a anemia e fibras que desintoxicam e promovem o movimento intestinal. Já os cereais como arroz, trigo, cevada e quinoa são ricos em carboidratos, que fornecem energia ao longo do dia.
Nozes, amêndoas, castanhas e linhaça são bons exemplos de alimentos ricos em gorduras saudáveis, que promovem o aumento do HDL (colesterol “bom”) e diminuem a concentração do LDL (colesterol “ruim”), além de serem ricos também em proteínas e minerais.
O leite animal pode ser substituído por leite de amêndoas, castanha, aveia, gergelim e arroz, e usados da exata mesma maneira que o leite de vaca em receitas, sem nenhum tipo de mudança no gosto ou na textura do produto finalizado.
O tofu é outro trunfo na cozinha vegana por ter uma textura que, quando finalizado, pode se assemelhar à carne, e é uma importante fonte de cálcio e proteína. Esse alimento também pode ser substituído pelo seitan, uma carne vegetal feita à base de glúten, rica em proteína e zinco. Algas marinhas podem ser usadas em diversas receitas e são a maior fonte não animal de ômega-3, essencial para os processos anti-inflamatórios naturais.
Por fim, todas as frutas e verduras disponíveis no mercado são muito bem-vindas na dieta vegana por conterem cálcio (como brócolis), vitamina C (como limões e laranjas), ferro (como espinafre), betacaroteno (como cenoura) e complexo B (como bananas, aveia e amendoim).
É importante ressaltar que o veganismo não é excludente das atividades físicas. Muitos atletas de alto rendimento da atualidade como Lewis Hamilton, Venus Williams, Lionel Messi e Carl Lewis são adeptos da cultura vegana, sendo muitos deles os maiores esportistas de seu tempo. Muitas pessoas pensam que o veganismo não é uma alternativa para esportistas de alto desempenho, devido à associação que fazem do consumo de proteína — que auxilia na hipertrofia — a uma dieta carnívora.
Entretanto, os alimentos citados acima também possuem uma boa fonte proteica que não impede e nem torna mais difícil a hipertrofia e o alto desempenho esportivo. Isso se torna ainda mais fácil com uma dieta vegana bem equilibrada entre alimentos para ganhar massa muscular, que fornecem vitaminas, minerais e carboidratos, seja para um esporte de alto rendimento, academia ou para ter uma boa condição física.
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