Paula Dizaró-Canção Nova. |
Não é fazer o que se quer, mas sim escolher, optar por tudo aquilo que nos faz bem. Escolher, sem pressão de ninguém, por livre e espontânea vontade, o que é bom. Ser livre fazendo o bem agrada a Deus!
Muitos pensam que uma vida de santidade nos torna prisioneiros, ao contrário, podemos fazer tudo o que queremos, porém o diferencial é o seguinte: quem anda em santidade é tão livre que consegue escolher o bem.
Aprender a ser livre parece algo difícil de ser alcançado, dentro dos limites do que nos é saudável, fisicamente e espiritualmente, enquanto buscar uma liberdade sem regras parece mais acessível. Esse é um engano que muitos cometem, porque os atalhos parecem mais fáceis do que a porta estreita; e até o são, mas não levam à verdadeira felicidade.
Essa reflexão sobre liberdade é fundamental, quando estendemos o conceito para os nossos relacionamentos interpessoais. No ciclo da vida é impossível não sentirmos que alguém nos rejeitou em alguma situação, ou que nós não rejeitamos alguém ao longo da existência.
Faço-lhe uma pergunta: você conhece algum ser humano que nunca vivenciou uma pequena ou grande rejeição? Eu não conheço. Quando olhamos para dentro de nós e nos perguntamos sobre rejeição na nossa vida, pode ser doloroso, mas é bom e necessário fazer essa reflexão. Porque algumas pessoas metabolizam bem essas reações sobre si, outras, no entanto, se tornam cativas dessas emoções dolorosas. Essa servidão pode ser consciente ou inconsciente, mas a decisão de mudar é de cada um.
Esse texto nos convida a um exame dos nossos sentimentos e principalmente reacender a pulsão de vida que existe em cada um, que pode ser um dos fatores de cura que mudará nossa ótica de enxergar as situações cotidianas e as pessoas que nos cercam.
Para efetuar mudanças, precisamos, primeiro, querer mudar e abrir mão de ganhos secundários. Depois, conhecer as causas desse sentimento que leva a pessoa a se sentir excluída, indesejada por si e pelos outros, e reconhecer as consequências de ter a vida aprisionada por esses sentimentos tóxicos. É necessário buscar libertação desse fardo que traz tantos sofrimentos ou incômodos, que impedem a plenitude enquanto ser humano, assumindo a responsabilidade da solução da situação que está em nós, e não nos outros.
Precisamos diagnosticar a autorrejeição, que leva a uma visão deturpada do próprio eu, enfatizando os defeitos e depreciando as qualidades. Também a rejeição alheia leva a pessoa a vivenciar dificuldades no seu relacionamento com os demais. O predomínio do sentimento de inferioridade leva a questionamentos da sua capacidade, a deixar de ser quem é para agradar alguém, optar por se rejeitar antes que o outro o faça, não se sentir bem sobre si mesmo, e necessitar da validação alheia, vida permeada por indiferença e solidão, acessos de raiva, não se sentir digno do amor do outro, desenvolvimento de um espírito crítico e/ou atitudes de autodestruição como defesa para preencher o vazio que assola a existência.
Constatar que todos nós trazemos feridas na alma é importante, mas a notícia boa é que, se bem tratada a rejeição, o próprio tempo se encarrega de cicatrizá-la. É esse trajeto que desejo a você dentro de uma perspectiva psicológica e espiritual, que pode te ajudar, e muito, a entender os motivos desse sentimento e decidir pela cura.
Avante!
*Ângela Abdo é fundadora, coordenadora nacional e internacional do Movimento Mães que Oram pelos Filhos e assessora no Estudo das Diretrizes para a RCC Nacional. É articulista do canal “Formação” do Portal Canção Nova (formacao.cancaonova.com) e autora do livro “Mães que oram pelos filhos”, pela Editora Canção Nova.
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