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A perda parcial ou permanente do olfato, intitulada pela medicina como anosmia, ficou conhecida pela população como um forte indicador da presença da Covid-19 ou como uma sequela da doença. Estima-se que cerca 5% dos pacientes que sofreram alterações no olfato e no paladar devido ao coronavírus permaneceram com esses sintomas de forma duradoura, segundo um estudo publicado na revista científica The BMJ, em julho de 2022. Os autores projetam que o problema atinja aproximadamente 15 milhões de pessoas no mundo.
Para alertar sobre a necessidade de não negligenciar a anosmia ou outros sintomas que prejudicam a função olfatória, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) e Academia Brasileira de Rinologia (ABR) realizam a Semana do Olfato Saudável: sentindo bons momentos, de 27 de fevereiro a 3 de março.
A abertura das atividades marcará o Dia da Conscientização da Anosmia, celebrado na segunda-feira (27/2), e contará com médicos otorrinolaringologistas promovendo orientações e avaliações gratuitas em ações de atendimento a 600 pessoas, nas cidades de São Paulo, Ribeirão Preto e Salvador. Além disso, ao longo da semana, especialistas das entidades médicas divulgarão informações para conscientizar sobre possíveis causas, sinais de alerta, danos à saúde e como tratar distúrbios que afetam o olfato.
A ABORL-CCF destaca que não só a Covid-19, mas também doenças que afetam a região nasal ou que causam obstrução e inchaço da cavidade interna do nariz, como rinite alérgica, gripe e rinossinusite crônica com pólipos nasais, podem causar anosmia temporária ou permanente. Além disso, tumores, traumas cranioencefálicos e algumas enfermidades neurológicas ou que podem surgir na fase do envelhecimento, como Alzheimer e Parkinson, podem impactar negativamente a capacidade de perceber corretamente os odores no ambiente.
O presidente da ABR, Dr. Marcus Lessa, chama a atenção para o fato de que ignorar alterações da função olfativa traz vários prejuízos à saúde, à segurança e à vida social. “O olfato ajuda as pessoas a detectar perigos no ambiente, como fumaça, cheiros de gás e vapores químicos, e é útil para comer, ajudando a evitar ingestão de alimentos estragados e a manter uma boa saúde. Além disso, sentir cheiros nos ajuda a construir lembranças e memórias emocionais”, esclarece o otorrinolaringologista.
Os tratamentos para perda ou alterações de olfato vão depender da causa que, para ser detectada, precisa de uma análise minuciosa do otorrinolaringologista. O profissional fará testes específicos para avaliar a função do olfato e a cavidade nasal, além de aplicar questionários, a fim de conhecer o histórico clínico do paciente.
“Além do treinamento olfativo com óleos essenciais, atualmente há terapia medicamentosa utilizando a lavagem nasal como uma opção para ajudar a acelerar a recuperação da função olfativa. Porém a prescrição dependerá do correto diagnóstico do otorrino”, explica Dr. Lessa.
Programação online
De segunda a sexta-feira (27 de fevereiro a 3 de março), médicos otorrinos, membros da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial e da Academia Brasileira de Rinologia, vão propagar informações sobre anosmia e alterações de olfato, o correto diagnóstico, causas e tratamentos, por meio de vídeos nos canais oficiais da ABORL-CCF e ABR.
No dia 2 de março, às 20h (horário de Brasília), ocorrerá a live “Doutor, e esse cheiro estranho?” com os otorrinolaringologistas Marcel Menon e Luciano Gregório. Os especialistas vão explicar o que é a parosmia, suas características, impactos à saúde e qualidade de vida, além de possíveis tratamentos. A transmissão será no Instagram Otorrino e Você, canal da entidade médica para promover a educação em saúde à população, e os participantes poderão esclarecer dúvidas com os médicos.
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