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Geração de novos médicos no Brasil e avanço com a transformação digital


O relatório ProvMed 2030 indica que o perfil dos médicos brasileiros está

mudando e a tendência é que o mercado tenha maior participação de jovens e

mulheres nos próximos anos.

Além de uma nova geração que está se formando e chegando aos hospitais, a

transformação digital acelerada na área da saúde também é um fator relevante

que promete impactar desde a carreira desses novos profissionais até o dia a

dia de atendimentos nas instituições de saúde.

Como é o cenário dos médicos brasileiros?

A pesquisa Demografia Médica no Brasil 2020 realizada pelo Conselho Federal

de Medicina (CFM) e Universidade de São Paulo (USP) identificou que são

502.475 profissionais em atuação no Brasil.

A média nacional de médico é de 2,4 profissionais por mil habitantes, com

variações regionais, como: Norte (1,30), Nordeste (1,69), Sul (2,68), Centro-

Oeste (2,74) e Sudeste (3,15).

Já o estudo ProvMed 2030, de 2021, foi realizado pelo Ministério da Saúde em

parceira com a USP e Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) e

visa identificar as perspectivas para os futuros médicos do País.

Um dos principais achados é que a tendência é que a comunidade médica

fique mais jovem, com mais de 80% dos médicos com idade entre 22 e 45 anos

em 2030.

A participação feminina também está crescendo anualmente. Se em 2020

havia proporção entre homens e mulheres médicos na faixa etária de 51 a 55

Anos.

Já em faixas etárias mais baixas, as mulheres chegam a ser 12% a mais entre

os profissionais da área.

Como inovações digitais impactam dia a dia na saúde?

A transformação digital na saúde não é uma expectativa e sim uma realidade

que já impacta o dia a dia dos profissionais, gestores e pacientes.

A atualização constante de processos, ferramentas, protocolos e equipamentos

é resultado de pesquisas científicas mais consistentes e investimentos públicos

e privados.

Na saúde, algumas soluções como inteligência artificial, big data, internet das

coisas (IoT), robotização e outras já estão incorporadas na rotina, mesmo em

instituições de menor porte.

Nesse quesito o impacto de gerações é evidente. Os profissionais e pacientes

com mais de 40 anos, muitas vezes, tem maior dificuldade com a tecnologia.

Os millennials (nascidos entre 1980 e 1995) são, em muitos casos, mais

familiarizados, mas a geração Z (nascidos entre 1995 e 2010 – e que já está

chegando ao mercado de trabalho) é a que tem maior facilidade com as novas

soluções, chamados de nativos digitais.

Assim, a incorporação tecnológica nas instituições de saúde passa por

processos variados, de acordo com o nível de atualização digital e

conhecimentos das equipes.

Ainda assim, a modernização das ferramentas e processos deve ser contínua

conforme a tecnologia contribui em diferentes etapas como gestão, logística,

diagnóstico, tratamentos e prognósticos.

Quais são os desafios das novas gerações na medicina?

A nova geração de médicas e médicos será mais jovem, mas também

enfrentará desafios no exercício da Medicina que são diferentes daqueles

enfrentados por gerações anteriores, mas igualmente importantes para a

sociedade como um todo.

Atualização tecnológica

A atualização tecnológica deve continuar e a comunidade médica terá que

permanecer alerta quanto aos quesitos éticos uma vez que o desenvolvimento

técnico avança nas possibilidades de intervenção na saúde e vida humana.

O fator ético deverá ser acompanhado de um constante aprimoramento para

uso eficiente, correto e seguro das novas tecnologias conforme elas forem

incorporadas à rotina das instituições.

Comunicação entre pares

Médicos formados a menos tempo já relatam desafios para comunicação entre

pares, especialmente com profissionais de outras gerações.

O desenvolvimento de uma comunicação mais assertiva, humana e

colaborativa será um desafio para os profissionais intergeracionais que

precisam aprender a lidar com as diferenças, sem perder de vista o

comprometimento com o saber científico.

Segurança de dados

A comunidade médica, comprometida com valores como o sigilo médico,

deverá ser ativamente integrada ao debate sobre segurança e proteção de

dados de saúde.

Dessa forma, além da operação de ferramentas, espera-se que os médicos das

novas gerações mantenham-se informados e atualizados quanto às boas

práticas de segurança digital e consigam transmitir esse tipo de questão aos

seus pacientes, independentemente da idade e familiaridade tecnológica.

Habilidades interpessoais

Já é observado que médicos recém-formados e estudantes de Medicina têm

como demanda que o currículo inclua o desenvolvimento de habilidades

interpessoais – as chamadas soft skills.

Elas são competências como boa comunicação, empatia, capacidade de

liderança, trabalho em equipe e outras e estão alinhadas, especialmente, com

a humanização do atendimento em saúde.

Conforme a humanização torna-se uma prática mais difundida, é importante

que os médicos tenham uma base não apenas pessoal, mas também

acadêmica, que permita atender essa demanda.

Regulamentação

Por fim, como as gerações que antecederam a atual, também é necessário que

a comunidade médica, especialmente os novos profissionais, empenhe-se e

envolva-se em atividades relacionadas às regulamentações dos processos,

tecnologias e soluções.

Um exemplo recente é a telemedicina, que após anos de debates, teve uma

regulamentação mais robusta publicada em 2022.

A telerradiologia, por sua vez, já tinha regulamentada em 2002, apesar de

alterações posteriores visando a atualização das práticas.

Assim, como ocorreu com a telemedicina e a telerradiologia, conforme novas

práticas surgem, elas também precisarão de regulamentação baseada em

valores da Medicina, benefícios aos pacientes e eficiência na operação, o que

dependerá, cada vez mais, dessa nova geração de médicos no Brasil.

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