As estudantes Graziella Silva Viana Doche e Maria Clara Gomes Vieira, do Instituto Federal de Brasília — Campus Gama, se sentiam incomodadas sempre que viam um colega com autismo acompanhar as aulas em uma classe separada. Motivo: dependendo do grau, o autista não suporta muito barulho, como o de uma sala de aula cheia de estudantes. Foi então que elas resolveram criar uma solução para o problema. No caso, um app que filtra os barulhos paralelos do ambiente, possibilitando que o autista ouça somente o professor.
O aplicativo, batizado de Mopaix, é um dos destaques da 20ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), que acontece até o dia 26 de março pela Plataforma FEBRACE Virtual. Seu funcionamento é bastante simples para os usuários. O professor pluga um microfone no celular, acessa o app, cria uma sala e gera um QR Code correspondente. O aluno, por sua vez, pluga um fone de ouvido, acessa o app, capta o código e entra na sala. Pode então ouvir tudo o que o professor diz, sem nenhum ruído extra.
Essa filtragem do ruído é feita por um fone com recurso de cancelamento de ruído ativo, modelo já disponível no mercado. As estudantes, no entanto, pretendem desenvolver um fone próprio, de forma que seu custo seja mais acessível, além de ter como recurso extra a possibilidade de o usuário escolher a frequência sonora.
As estudantes também criaram uma página no Instagram para divulgar o projeto e fornecer mais informações sobre o autismo. Veja aqui.
Os 497 finalistas da FEBRACE — entre eles o projeto das estudantes de Brasília — serão julgados por professores universitários e especialistas, que farão a avaliação em teleconferências fechadas. Os autores dos melhores projetos, nas diversas categorias, ganharão troféus, medalhas, bolsas e estágios, num total aproximado de 300 prêmios e oportunidades no Brasil e no exterior. Também serão selecionados nove projetos para a Regeneron ISEF — a maior feira internacional de ciências do mundo que acontece em maio, nos EUA.
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