Durante o mês de março ocorre a campanha mundial do “Março Amarelo”, que é voltada à conscientização sobre a endometriose, doença que atinge aproximadamente 10% das mulheres em idade fértil, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A doença possui múltiplas etiologias mas acontece principalmente devido a implantação em outros órgãos do endométrio, tecido que recobre a parte interna do útero e descama na menstruação.
De acordo com o ginecologista e ex-presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia da Bahia (Sogiba), Dr. Carlos Lino, a condição costuma ser comum entre as mulheres jovens em período fértil e pode se manifestar inclusive logo após a primeira menstruação. “Quando acontece a menstruação retrógrada (passagem do sangue menstrual através das tubas), o tecido pode se implantar principalmente em órgãos da região pélvica, podendo atingir especialmente ovários, parte inferior do útero, intestino e bexiga, gerando um processo inflamatório no organismo da mulher”, explicou o ginecologista. De acordo com o especialista, os principais sintomas da condição estão relacionados principalmente ao período menstrual como as cólicas menstruais intensas. Pode-se observar ainda a dispareunia (dor durante a relação sexual), o aparecimento de dores pélvicas crônicas e acíclicas, dores para urinar ou evacuar, náuseas e vômitos devido à dor intensa. Em muitos casos, as mulheres podem sofrer com a infertilidade ou apresentar dificuldade para engravidar, sendo estes também alguns dos principais indícios para a condição. Dessa forma, o diagnóstico é realizado pelo ginecologista a partir da análise do quadro clínico do exame físico e a realização de exames de imagem adequados (ultrassonografia ou ressonância magnética com preparo intestinal realizado por profissionais capacitados).O tratamento para a endometriose, segundo o especialista, envolve bloqueio hormonal e em boa parte dos casos o uso de analgésicos e anti-inflamatórios para diminuir as dores constantes. “Em casos mais graves e/ou sem resposta adequada ao tratamento medicamentoso, a intervenção cirúrgica se faz necessária. O procedimento pode ser feito preferencialmente por especialistas e de forma minimamente invasiva, a partir de técnicas de vídeo, laparoscopia ou cirurgia robótica”, ressalta Dr. Carlos Lino. *Dr. Carlos Lino é ex- presidente da Sogiba. vice-presidente Nordeste da Febrasgo, Membro da CNE de Endometriose da Febrasgo e Especialista em vídeo cirurgia pela Febrasgo e Sobracil.
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