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Morte de jovem de 16 anos por coronavírus comove a França

Julie foi a primeira menor de idade a morrer na França (Foto: Reprodução)
"Ninguém é invencível". Essa é a angústia de Sabine, mãe da primeira menor de idade a morrer em decorrência do novo coronavírus na França. Julie tinha 16 anos, era saudável e não estava no grupo de risco. Mas faleceu com a Covid-19 na última terça-feira (24), no Hospital Necker de Paris, 24 horas depois de ser hospitalizada com insuficiência respiratória.
"É um choque perder um filho, a vida perde o sentido, mas temos a obrigação de continuar", disse Sabine (que não teve o sobrenome divulgado), em entrevista ao jornal Le Parisien.
"Nunca teremos uma resposta", continuou a mãe, inconsolável. A francesa não se conforma com autoridades e até médicos que defendem que pessoas jovens não podem morrer por causa do vírus. Nesta semana, também foi divulgada a história do falecimento de outra garota, Chloe Middleton, de 21 anos, no Reino Unido.
Moradora de Essone, subúrbio ao sul de Paris, Julie apresentou os primeiros sintomas, de acordo com sua irmã, Manon, na semana passada. Eram leves, apenas com uma tosse seca. Mas, no fim de semana, a adolecente desenvolveu uma secreção intensa nas vias respiratórias e começou a perder o fôlego.
Na seguinda-feira (23), Julie se consultou com um clínico geral, que constatou o rompimento dos brônquios e pediu a internação. No mesmo dia, um teste para Covid-19 foi realizado. Antes mesmo do resultado, a jovem piorou e ela foi transferida para o Hospital Necker, onde fez mais dois exames de coronavírus - e os dois deram negativo. Ela seguiu internada sem assistência respiratória até que o primeiro hospital ligou e revelou que o primeiro teste tinha dado positivo. A menor foi entubada em um respirador artificial, mas seus pulmões não resistiram.
"Foi violento. Tivemos tempo de vê-la, mas depois tudo aconteceu muito rápido", desabafou Sabine. "Por causa das circunstâncias da epidemia, o protocolo para o enterro é muito rigoroso. Sei que é complicado, mas um pouco mais de humanidade é necessário", continuou, ao Le Parisien.
O corpo será velado na segunda-feira (30), com a presença de no máximo dez pessoas, como prevê um decreto do governo. Os amigos de Julie, porém, farão uma homenagem no dia 4 de maio, quando está prevista a voltas às aulas. Eles querem erguer um memorial, fazer um minuto de silêncio e uma passeata usando as cores branco e vermelho - segundo uma colega da jovem, o branco é uma referência ao bom humor da adolecente e o vermelho era a cor favorita dela.
Fonte: Correio 24 horas

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