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Ao iniciar uma rotina de atividades físicas, é comum o questionamento sobre por que algumas parecem ganhar massa muscular com mais facilidade, enquanto outras lutam para ver resultados. Segundo a ciência, a resposta pode estar no DNA.
A genética desempenha um papel importante na forma como o corpo responde ao treinamento de força, influenciando desde a composição das fibras musculares até a produção de hormônios essenciais para a hipertrofia, como explicam especialistas. Assim, todas as pessoas apresentam os genes responsáveis pela hipertrofia muscular, mas a ativação ocorre de forma diferente em cada uma delas.
Isso significa que o tipo de treino que gera resultados para uma pessoa pode não ser eficiente para outra. Estudo realizado pela Genera mostra que 80,35% dos indivíduos analisados apresentaram predisposição genética para melhor desempenho em atividades de força e explosão, como musculação e crossfit, enquanto 19,65% se destacaram em atividades de resistência.
Por isso, recorrer aos testes genéticos tem sido uma alternativa para os praticantes de atividades físicas que buscam o caminho para a hipertrofia muscular. Além de indicar qual tipo de exercício e modalidade esportiva pode proporcionar o resultado desejado, esse tipo de teste oferece outras informações, permitindo entender a ancestralidade e como o organismo realiza a absorção do magnésio dimalato e outros nutrientes.
Relação da genética com o ganho de massa muscular
Cada pessoa é única devido às pequenas variações no DNA, o que influencia na resposta aos estímulos físicos e nas predisposições a certas condições de saúde. A partir da análise dos genes, é possível entender como cada indivíduo reage a atividades físicas e como cada uma delas pode garantir, ou não, ganho de massa muscular, como explicam especialistas.
O doutor em medicina pela Universidade de São Paulo (USP) e consultor científico da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE), José Maria Santarem, explica que todos os indivíduos têm genes responsáveis pelo ganho de massa magra, mas os estímulos ocorrem de forma diferente em cada um.
Em entrevista à imprensa, ele destaca que apenas 25% das pessoas apresentam boa ativação gênica hipertrófica e aumentam a massa muscular com facilidade; 50% apresentam fraca ativação gênica e, consequentemente, discretos aumentos de massa muscular; e 25% apresentam mínima ou nula ativação gênica, com grande dificuldade para ganhar massa muscular.
O especialista ressalta que as pessoas com uma ativação gênica mais eficiente, geralmente, se enquadram no biótipo mesomorfo, caracterizado por uma estrutura óssea robusta e uma predisposição natural para desenvolver massa muscular, mesmo sem a prática regular de exercícios.
Já aqueles com uma ativação gênica mínima tendem a pertencer ao biótipo ectomorfo, marcado por ossatura mais delicada e menor volume muscular, o que pode exigir um esforço extra para ganhos significativos.
Ainda segundo o especialista, o conhecimento dessa realidade pode evitar frustrações, mas não deve desestimular aqueles que não reagem bem à musculação. A saída é entender qual o melhor estímulo para alcançar os resultados desejados.
Como funcionam os testes genéticos
Para quem ainda não conhece ou não sabe o que é o teste genético, trata-se de um exame que analisa o DNA de uma pessoa para identificar alterações genéticas que podem estar associadas a condições hereditárias. Essas alterações podem ser benéficas, nocivas ou neutras, mas sempre trazem um conhecimento importante para a vida do indivíduo.
O estudo realizado pela Genera utilizou testes genéticos para indicar quais atividades eram mais interessantes para cada pessoa. O levantamento destacou que 71,34% dos analisados apresentavam mais vantagem no ganho de massa muscular por meio da combinação de treino e alimentação.
Outro fator identificado nos testes que pode influenciar no desempenho é a condição respiratória. Cerca de 33,73% da população tem predisposição para uma menor capacidade cardiorrespiratória, informação que, de acordo com o levantamento, pode ajudar em uma abordagem mais direcionada e eficaz para melhorar a resistência cardiovascular, seja em corridas, ciclismo ou outras atividades aeróbicas.
A pesquisa ainda aponta que, com análises específicas do DNA, é possível identificar predisposições individuais e ajustar treinos para maximizar os benefícios.
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