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Empresas que investem em diversidade e inclusão têm se destacado no mercado. A pesquisa “Diversidade, Equidade e Inclusão nas Organizações – Ciclo 2024/2025”, conduzida pela Deloitte Brasil, aponta que 76% das empresas do país já têm práticas ou áreas dedicadas ao tema. Destas, 61% alocam a responsabilidade no departamento de recursos humanos.
Outro levantamento, realizado pela Ethos em parceria com a Época, revela que 97,22% das companhias que adotam práticas de diversidade, equidade e inclusão (DE&I) inserem o tema em seu planejamento anual. Soluções como o Rh terceirizado ajudam a colocar em prática essas ações.
O estudo da Delloite Brasil também mostra que 96% dos colaboradores acreditam que as práticas de DE&I tornam o ambiente corporativo mais acolhedor, enquanto 95% afirmam que elas elevam a qualidade da força de trabalho e geram valor para o negócio.
Além disso, nove em cada dez organizações relatam que a diversidade contribui para a retenção de talentos, impulsiona a inovação e favorece a adoção de novas tecnologias. E 71% das empresas têm grupos de afinidade estruturados, com foco em mulheres, raças e etnias, LGBTQIAPN+ e pessoas com deficiência.
Comunicação interna deve ser aprimorada
Começar a desenvolver políticas de DE&I em uma organização requer atenção aos detalhes. A Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) de São Paulo aconselha iniciar pelo aprimoramento da comunicação interna com os colaboradores.
“A comunicação interna, ao ser aberta e inclusiva, é fundamental para integrar diferentes perspectivas e promover um espaço seguro para a experimentação”, informa. Nesse sentido, entender o que é pesquisa de clima organizacional pode ajudar na implementação de ações voltadas para a diversidade e inclusão.
A ABRH do Rio Grande do Sul ensina em um passo a passo como iniciar a aplicação da pesquisa. Primeiro, é necessário definir se há algum quesito específico a ser explorado, além dos temas comuns. Nesse caso, é importante limitar a abrangência das ações voltadas para DE&I.
Em seguida, a orientação é realizar o planejamento e a escolha da metodologia, que inclui a formulação das perguntas, o tipo de questionário, o método de avaliação das respostas e o tratamento estatístico dos dados. Com tudo estruturado, a pesquisa é aplicada a todos os colaboradores da empresa.
Após a coleta dos dados, a ABRH do Rio Grande do Sul explica que é feita a análise dos resultados para interpretar as informações e avaliar o clima organizacional. O resultado final é apresentado aos colaboradores junto a um plano de ação, para garantir que as melhorias identificadas sejam implementadas.
Gigantes nadam contra a maré
Apesar do cenário positivo, organizações de grande porte começam a nadar contra a maré e a abolir políticas a favor das minorias sociais. A Meta, dona das redes sociais Instagram, Facebook e Threads, revisou suas políticas de diversidade em janeiro.
A mudança permitiu que certos termos relacionados a gênero e orientação sexual fossem associados a debates políticos ou religiosos. O termo "homossexualidade" agora pode ser utilizado em discussões sobre leis de casamento entre pessoas do mesmo sexo ou em debates sobre a posição de diferentes religiões em relação à comunidade LGBTQIAPN+.
Mas, a Meta não é a única que parece caminhar na contramão. Após ter relançado seu desfile anual com a promessa de ampliar a diversidade para "valorizar todas as mulheres", a Victoria's Secret revisou suas diretrizes de diversidade, equidade e inclusão e interrompeu a política de promoção para colaboradores negros.
A empresa optou por trocar as referências diretas à DE&I por expressões mais amplas, como "sentido de pertencimento", e retirou do seu site a seção que destacava a diversidade entre seus fornecedores. As alterações foram anunciadas em um comunicado interno, divulgado pela imprensa americana em março, e assinado pela CEO, Hillary Super.
Apple assegura continuidade de programas
Por outro lado, a Apple reforçou a importância de manter programas de inclusão e diversidade. Em um documento enviado a investidores, a empresa orientou seus acionistas a rejeitarem a proposta de eliminar os programas de DE&I que foi votada numa assembleia no final de fevereiro.
O conselho, liderado pelo CEO Tim Cook, destacou que os programas já estão bem consolidados e que a proposta de corte não faz sentido, pois tentaria limitar a capacidade da empresa de gerenciar suas operações diárias de forma autônoma.
Em um pronunciamento, a Apple reforçou o compromisso de ser uma empregadora que promove igualdade de oportunidades. A empresa afirma não adotar práticas discriminatórias em seus processos de recrutamento, contratação, treinamento ou promoção, em conformidade com a legislação vigente.
Tim Cook, figura central na liderança da empresa, tornou-se o primeiro CEO publicamente gay a comandar uma marca Fortune 500. Sob sua gestão, a companhia intensificou as ações de inclusão.
Entre 2014 e 2023, a Apple dobrou a quantidade de colaboradores provenientes de grupos historicamente sub-representados. Além disso, a empresa firmou parcerias estratégicas com universidades de tradição negra e com instituições voltadas para o apoio das minorias.
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