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Cirurgiões robóticos vão representar a Bahia na capital dos Emirados Árabes Unidos

Representar o estado, participar da vanguarda da medicina no Brasil e mostrar para o mundo que o Nordeste brasileiro e, especialmente, a Bahia, estão inseridos no contexto do que há de mais avançado na medicina internacional. Esses são os objetivos de médicos do Instituto Baiano de Cirurgia Robótica (IBCR) ao apresentarem os primeiros resultados práticos de seus trabalhos com as plataformas robóticas na 37ª Edição do Congresso Mundial de Endourologia (WCE 2019), em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, de 29 de outubro a 2 de novembro. O WCE é o principal evento mundial dedicado à cirurgia urológica minimamente invasiva, a exemplo da cirurgia robótica.
No encontro, o diretor do núcleo de urologia do IBCR, Leonardo Calazans, vai apresentar dois trabalhos em vídeos que mostram casos extremamente raros, operados por Nilo Jorge Leão, coordenador do Instituto. Um deles mostra a retirada da próstata por motivo de câncer em um paciente com duplicidade do ureter, sendo que um deles drenava para a próstata ao invés de drenar para bexiga - como na anatomia normal. Na outra gravação, o paciente operado com o auxílio do robô DaVinci tinha a síndrome da veia testicular, em que uma veia comprime o ureter, provocando dilatação do sistema urinário e dor lombar relevante. A síndrome é pouco documentada na literatura médica.
Segundo Calazans, “desde a chegada da plataforma robótica em Salvador,  o Instituto Baiano de Cirurgia Robótica oferece o que há de melhor aos pacientes, ao  praticar urologia minimamente invasiva de maneira equiparada ao que ocorre nos grandes centros mundiais”, frisou o urologista-cirurgião. Além de apresentar os trabalhos para as maiores referências internacionais em cirurgia robótica e compartilhar a experiência do serviço desenvolvido na Bahia para urologistas conceituados mundialmente, os médicos baianos trarão na bagagem, ao retornarem para Salvador, novas informações para aprimorar ainda mais a assistência aos seus pacientes no estado.
De acordo com o coordenador do IBCR, o urologista Nilo Jorge Leão, publicar e apresentar trabalhos de casos próprios em um evento de altíssimo nível internacional como o WCE, onde estarão presentes os maiores nomes da urologia mundial, que já fazem robótica há quase 20 anos, é motivo de grande satisfação. “O primeiro robô chegou em Salvador em março de 2019, o IBCR foi lançado oficialmente em junho deste ano, portanto há menos de cinco meses! Mesmo assim, temos a honra de representar nosso estado e o nosso país neste grande evento mundial. Esta oportunidade demonstra um trabalho de base, que vem sendo realizado ao longo dos últimos três anos no sentido de oferecer o que há de mais moderno e de melhor no tratamento dos cânceres urológicos”, frisou o médico que, antes da plataforma robótica chegar à Bahia, já operava pacientes baianos na modalidade robótica em hospitais de São Paulo e de outros estados onde a plataforma já havia chegado.
Para Nilo Jorge Leão, participar ativamente do Congresso Mundial de Endourologia também “revela que estamos trabalhando em um nível elevado do ponto de vista técnico. Esperamos que este seja o primeiro de muitos trabalhos a serem aprovados em eventos internacionais para que o mundo saiba que no Brasil, no Nordeste, na Bahia, não estamos distantes do padrão de medicina que é exercido nos países mais desenvolvidos do mundo”, completou.
Sobre o Instituto - O objetivo do IBCR, desde seu lançamento, é ampliar o conhecimento sobre a cirurgia robótica, a fim de difundir a tecnologia e torná-la acessível ao maior número possível de pacientes. Para isso, o instituto oferece proctorias voltadas para a qualificação, orientação e suporte de médicos interessados em operar com o auxílio do robô Da Vinci, tecnologia que representa a forma mais moderna de abordagem cirúrgica minimamente invasiva.
Atualmente, o Brasil conta com mais de 50 “robôs-cirurgiões” para realização de cirurgia robótica. A ferramenta tecnológica é utilizada principalmente no combate aos mais diversos tipos de câncer. Ela funciona através de um console, espécie de joystick com uma série de recursos que incluem a visão tridimensional e mais nítida, ampliada em dez vezes quando comparada à cirurgia convencional aberta. A filtragem de tremores das mãos dão ao médico mais precisão durante o procedimento. Além disso, a utilização do robô representa menos riscos de complicações, menores taxas de sangramento, menor dor no pós-operatório e recuperação mais rápida para o paciente.
Apesar da evolução da técnica, o cirurgião continua sendo o protagonista, pois é ele quem determina os movimentos realizados pelo robô através do console que fica a poucos metros de distância do paciente. “Independente da via de acesso, o que determina o resultado cirúrgico é um cirurgião experiente e habilitado para uso da plataforma robótica”, frisou Nilo Jorge Leão.
A urologia é a especialidade que mais utiliza a plataforma robótica no mundo, principalmente no tratamento do câncer de próstata. Contudo, o uso do robô tem se ampliado para diversas áreas, tais como ginecologia, coloproctologia, cirurgia torácica e cirurgia de cabeça e pescoço. Na urologia, além do câncer de próstata, a cirurgia robótica é utilizada para o tratamento de tumores renais (nefrectomias parciais ou radicais), tumores de adrenal (Adrenalectomia), tumores da bexiga (cistectomias) e até mesmo para tratar mal formações congênitas (pieloplastia). A robótica já é a principal modalidade cirúrgica de escolha para tratamento do câncer de próstata, de rim e de útero nos Estados Unidos, onde já existem mais de três mil plataformas em funcionamento.
Ascom

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